quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Novo ano, novos ventos


Quero desejar a todos vocês, amigos e leitores, um novo ano cheio de luz, harmonia e alegria de criança!!! Que os bons ventos soprem, fazendo os sinos tocarem novas e lindas melodias, ressoando pro mundo o melhor de cada um.
Pro último post do ano, trouxe um texto lindo que minha sogra, Regina - escritora de mão cheia, escreveu e que se encaixa perfeitamente nesta renovação de esperança que um novo ano traz. E na ilustração, escolhi a dedo um simbólico desenho da Olivia, em que ela se desenhou ao lado do irmão (os dois adultos, segundo ela, pois a pequena carrega uma bolsa, rsrs), com a mamãe e o papai ao lado, cada um dentro de um sol, e acima de todos nós, os sinos balançam...uau. Até ano que vem!

Francisca e o sino quase japonês

Era um sino pequeno e meio atrapalhado. Quando você tentava pendurá-lo, se emaranhava todo, tabém, tabém, pessoas nu Basil num tem muita paciença nom, pensava o sininho quase japonês enfiado num canto de uma loja no bairro da Liberdade. Até que era bonitinho, esse sino; cor de rosa que é a cor do amor perene, dizem, aquele amor que deixa a vida respirar. E, nos seus cordões, flores miúdas subiam até seu topo coberto de fitas azuis e rosas. Alguns comentaram que não era de muito bom gosto, até meio cafona, e assim o senhor Li houve por bem escondê-lo, que não estava ali para ouvir comentários desairosos sobre seus sinos, tinha mais o que fazer, sino era sino, nem tinha tanta serventia assim, como a tigela de arroz da sobrevivência. Mas aí, Francisca, que era uma menina pequena, foi com sua mãe passear no bairro da Liberdade e se encantou com os biscoitos da sorte, as bonecas japonesas com seus pés tão pequenos, as lanternas meio mágicas, pessoas que passavam sorrindo. E, ao entrarem na loja do senhor Li, ela escarafunchou, escarafunchou, acabou achando e se maravilhando com o tal sininho enfiado num canto; tanto pediu, que sua mãe resolveu comprá-lo. Dito sininho foi colocado num outro canto do jardim, era sina do sino (meio esquisita essa concordância) ficar sempre num canto de algum lugar, mas a vida junta coisas esquisitas sem perguntar, sina e o sino acima, por exemplo; sua mãe achou impróprio que ele ficasse em outro local mais à mostra, muito breguinha esse sininho, Francisca, nem parece sino de japonês e eis que o sino não entendeu muito bem o que era bega, mas ficou bem contentinho naquele canto que lhe arranjaram. E, na manhã seguinte, uma aragem fresca que passava por ali, avisou o vento que havia um sininho quase japonês naquelas paragens. E o vento, senhor do pedaço, se dispôs a conhecê-lo, pois que, estava de bom humor. E eis que o sininho, ao sentir cócegas nas costas, começou a balançar sem querer, plin, plin, plin, danadinho esse sininho hein, comentou o vento meio que sorrindo, o sino continuou a balançar na manhã tão fresquinha e, era tão doce seu canto, que o anjo de gesso da fonte da casa ao lado piscou o olhinho, a borboleta meio aérea pousou no muro de hera para ouvir, um colibri que passava agitado resolveu parar para vê-lo e logo, logo, outros passarinhos estavam ali em volta do sininho quase japonês, ouvindo seu plin plin tão delicado. Passam-se os dias e, sempre nas manhãs ensaboadas, quando Deus abre seu olho com bondade eterna, ou nas tardes que vão se sentando devagar nos bancos da noite, o tal sino tocava embalado pelo vento que se acostumou a passar por lá para conversarem um pouco. E o canto do jardim, antes tão triste e escondido, era agora motivo de grande algazarra e alegria. Também Francisca vinha todas as manhãs e tardes, sentava-se no banco e olhava um livro de gravuras bem coloridas e os passarinhos e abelhas comentavam nossa Fran, como esse livro é tão bonito e cheio de cores, como a história é interessante, todos sentados em volta dela; a menininha se divertia muito ali, eis que as crianças pequenas conseguem falar com animais e sinos com maior facilidade, coisas bem simples que fazem a vida pular corda. E assim foi, por longo tempo. Muitas vezes o sininho contava coisas sobre o país distante onde havia nascido, como ninguém estava ali para julgar ninguém, existem mentiras piedosas e o importante mesmo eram as almas juntas, nunca se questionou sua origem de enfeite de carro alegórico da segunda divisão no carnaval, suas histórias não tão japonesas, nem seu sotaque esquisito, influência do senhor Li; assim, ele narrava com entusiasmo fatos que ouvira do japonês da loja, enquanto este descansava da lida e comia sushi; sobre o país do sol nascente, no, no, num sei dizê pu que esse nome, soó nascente, sobre dragões que cuspiam fogo e que voavam pelos céus muito zangados, samurais que eram tão valentes, com seus cavalos alados, misturava um pouco com o bumba-meu-boi que vira nos desfiles de carnaval, exaltava as cerejeiras em flor, e soava aflito quando falava sobre uma bomba que caiu numa cidade do Japão onde ninguém sobreviveu, nessa parte da narrativa todos ficavam muito tristes, inclusive Francisca que já intuía algo sobre essa tal morte e sobre a estupidez humana. E essa bobagem mental de querer arrumar coisas que estão indo muito bem, obrigada, fez, num dia meio chuvoso, a mãe de Francisca tirar o sininho daquele canto de jardim, tá muito velho esse sino, sempre achei que ele era brega, agora que vem um paisagista reformar as plantas, nem vai ter lugar pra ele. Francisca esperneou e chorou muito, passarinhos, borboletas e abelhas e até o sapo que vivia embaixo de uma pedra castanha no jardim ficaram realmente consternados, o vento bem que tentou dar uma susto na mãe de Francisca derrubando as roupas do varal, mas, o sininho quase japonês foi jogado no sótão empoeirado e sujo. Bem que o paisagista tentou elaborar um belo jardim – só que - quando se chegava naquele canto, as plantas não cresciam, os passarinhos não cantavam, as abelhas não zuniam, o sapo estava seriamente pensando em mudar de casa, só não tinha procurado outro lugar pra se estabelecer, porque estava com problema de artrite. Nem uma brisa ligeira passava por lá, dava a volta no quarteirão só de pirraça e o anjinho de gesso, que vivia na fonte na casa ao lado, começou a trincar sem motivo. E assim, as plantas daquele jardim do paisagista, impressionadas com tão triste história, houveram por bem não mais crescer. Também Francisca ficou tão triste que nada a interessava - nem o livro de figuras tão coloridas, os lápis de cera pra se fazer desenhos pra mãe, raspar a panela do doce de brigadeiro, mexer na água. Foi ficando magrinha, magrinha, não pedia mais algum brinquedo ou doce, ou fita pro cabelo, ou um vestido novo no dia do aniversário, eu só queria de volta meu sininho quase japonês no canto do jardim, mãe e repetia isso com a voz fraca, até que sua mãe, preocupada com a saúde da menina, entendeu que não era birra e trouxe o sino quase japonês de volta para o canto do jardim. E foi tão grande a alegria dos passarinhos e abelhas e borboletas, do velho sapo que até esqueceu a artrite, das manhãs fresquinhas e tardes macias, do anjinho de gesso que vivia na fonte da casa ao lado, do pessoal que passava por ali para o trabalho ou voltando à noitinha, da velhinha que foi buscar pão quentinho, da roda gigante que começou a rodar e a se iluminar sozinha, das minhocas que saíram de suas casas pra saracotear que, Jesus e Bhuda, que estavam conversando sobre as ilusões dos homens, ouviram a algazarra, vieram espiar o tal canto do jardim e acabaram também por acharem muita graça; por tudo isso que foi contado, dizem ser, o canto do jardim, um lugar meio encantado. Tem gente procurando o lugar, eu, inclusive.


Regina Helena Sarapo

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Nosso verão


Amo o verão. Ele me remete a boas recordações de infância. Sorvete, praia o dia todo, cabelo molhado, banho de chuva. Cheiro de protetor, areia entre os dedos, melancia gelada, barulho de ventilador. Zumbido de pernilongo, "cinco corta" na rua, bicicleta de noite, pés descalços. Por isso celebro esta estação com entusiasmo, sempre que ela chega. Com ansiedade vou contando os dias pra me livrar do peso das roupas de antes - já carregamos coisas demais na vida - e me sinto mais leve nessa época. Bebo mais água, fico mais do lado de fora, converso mais com a natureza. E curto com as crianças o azul da piscina, o vidro do carro escancarado, o momento de regar as plantas. Tudo vira festa.
Só que neste verão que já se iniciou, um verão mais chuvoso que o normal diga-se de passagem, nossa estréia foi meio desastrosa. Uma doença emendada na outra, dor de garganta, virose e sinusite, com direito a visitas ao pronto socorro e mil remédios para administrar. Imprevistos que acontecem. Mas ainda temos tempo. Muito pela frente, até o início das aulas. Então estamos nos recuperando, fazendo as malas rumo à casa de praia da vovó pra desenhar nosso verão. Se pintar algum desabafo urgente, podem apostar que passarei por aqui. Do contrário, ficarei sumidinha por um tempo, recarregando mais uma vez as baterias (este não será o último post do ano. O último virá no último dia, fresquinho, amanhã).

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Breve passagem


Dez dias se passaram desde o último post. Não foi por falta de idéias, mas de tempo, que sumi mais uma vez. Acabei embarcando na loucura generalizada dessa sociedade, que se comporta como se o mundo estivesse prestes a acabar, e quase perdi as rédeas de minha carruagem. Além disso, as férias escolares chegaram, e as solicitações das crianças aumentaram. Então, dei uma escapada daquelas bem forçadas para sentar aqui agora e digitar meu desejo de um Natal cheio de harmonia e paz para todos os leitores, amigos, inimigos, agregados, desconhecidos, segregados. Assim que der volto!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Olivia, a bailarina

O Reino das Fadas Cor de Rosa era mágico e muito colorido. Nele habitava uma pequena bailarina chamada Olivia. De olhos grandes e pretos, boquinha de coração, ela vivia rodopiando pelos cantos com sua varinha na mão. Andava na pontinha do pé, com sua sapatilha brilhante, em passos delicados, toda confiante. Era uma fadinha muito corajosa, não tinha medo de barata, de bruxa nem de fantasma. Pois sua varinha maravilhosa tinha o poder de transformar as coisas feias em belas estrelas no céu. Estrelas coloridas, de papel, que flutuavam no azul e balançavam levemente com o vento. Houve um tempo, porém, que Olivia acordou sentindo algo diferente. Uma sensação estranha, que deixava seus pés paralizados feito estátua, seu coração batendo depressa e sua barriga doendo, como se ela tivesse engolido um tijolo. Estava com medo. Medo de sentir vergonha. Pois o grande dia de sua primeira apresentação como bailarina tinha chegado. E ela não sabia o que fazer. Não conseguia sair do lugar. Queria chorar. Em vez disso, teve um pensamento mágico, daqueles que só Fadas Cor de Rosa têm. E tudo se iluminou como o sol da manhã. Percebeu que toda aquela vergonha era, na verdade, um grande fantasma. Feio e horripilante. Que bom, pois ela não tinha medo de fantasmas. Então pegou sua varinha, girou-a no ar três vezes e o que se viu depois foi incrível. Uma gigantesca estrela multicolorida, que parecia dançar no céu. A música começou. E Olivia, sem medo e sem vergonha, dançou. E deixou um rastro de brilho por onde passou.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O que houve


Você me pergunta o que houve e eu não sei o que dizer. Fico calada, com a noite, entorpecida pelo mantra das cigarras lá fora. Olho através de seus olhos arregalados, que aguardam qualquer resposta. Mas eu permaneço calada. E me sinto vazia. Confortavelmente vazia. Eu e o nada, com tudo na mão. Um vazio leve, daqueles que a gente sente quando acaba de confessar algo libertador. Não tem dor, não tem agústia. Só um estado de contemplação. Plenitude, talvez. Porque todos os nossos fantasmas já se foram. Nada nos assombra mais. E se o amor fortalece, é por isso que me sinto assim, impassível. Então uma coruja lá longe se manifesta, quebrando nosso silêncio. “O caminho é este”, ela deve estar dizendo. Ouço você repetir a pergunta, dessa vez com um tom de preocupação. E finalmente torno sonora a minha resposta. Estou assim, estranha, meditando sobre o tempo incrivelmente bom que tenho passado ao seu lado. Sete anos de puro crescimento. Anos que me fizeram melhor, viva, mãe. E com todos os motivos para amar estar aqui. Exatamente assim. Agora vamos até a cozinha abrir uma garrafa de vinho. Hoje é nosso aniversário de casamento. Parabéns, amore mio.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A flor que desabrocha


O mundo da Olivia é florido. Flores de mil cores e formas, na cabeça, na roupa, nos sapatos. Flores cheirosas, nos perfumes que ela coleciona. Flores particulares, retratadas nos desenhos. Flores e mais flores, que nascem em todos os cantos, encantam e inspiram meu pequeno brotinho. Marias-sem-vergonha, antúrios, margaridas. Orquídeas, gérberas, tulipas. Lírios, rosas, brincos de princesa. Difícil é removê-la da idéia de arrancá-las dos jardins alheios...

"Não, filha. Não faça isso com a florzinha, coitadinha", recomeço, pela enésima vez, o meu papo politicamente correto.

Ela aguarda a continuação do discurso, exatamente o mesmo, sem uma vírgula a mais ou a menos, desde quando ela se entende por gente.

"Você está tirando a flor do convívio com sua família. Já pensou, a mamãe dela vai ficar preocupada, perguntando 'cadê a florzinha querida que desapareceu'!"

"Eu sei, mãe (eles vão crescendo e o carinhoso "mamãe" vai dando lugar a um "mãe" meio entediado), mas eu tive uma idéia. Vou arrancar TODAS as flores do canteiro, aí sim elas ficam juntas!"

É. Taí um exemplo de como a coisa vai ficando elaborada com o passar dos anos. As roupinhas de bebê já não servem mais. A chupeta não existe mais. E as explicações da mamãe também não convencem mais. Fico pirando só de pensar no que me espera quando a adolescência bater à porta. O que eu disse depois disso? Bem, contei que sozinhas, sem as folhas, as flores não sobrevivem e ficam tristes, murchas. Por quanto tempo esse discurso vai durar, não sei. Espero que até a próxima primavera...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Menino Bicho


Leonardo é o menino bicho. Um menino diferente. Vira bicho, do nada, de repente.

Se uma árvore atravessa seu caminho, ele vira um macaquinho. Tenta a todo custo subir, sem medo de cair.

Se o céu está azul, aquele céu de brigadeiro, ele bate suas asinhas e tenta voar, como um passarinho ligeiro.

Quando chove e a terra vira lama, lá vai o menino bicho se achando um porquinho. Rola, deita, lá faz a sua cama.

Também não pode ver uma piscina, que logo vira bicho do mar. Peixe, tubarão, golfinho, tartaruga, o que puder imaginar.

Se o dia está quente, aquele calor de rachar, ele se molha no mesmo instante. Pensa que tem uma tromba, que é um elefante.

Às vezes, no meio da noite, ele vira morcego. Perde o sono, quer brincar, e acaba com o nosso sossego.

Quando vê uma fila de formiguinhas trabalhando, lá vai ele atrás, feito tamanduá caçando.

Se alguém faz cócegas em sua barriguinha, ele se encolhe todo, vira um tatu-bolinha.

Ao chegar da escola, depois de muito brincar, quem chega perto dele já sabe, agora ele é um gambá.

Se avista um prato de comida, vai abrindo o seu bocão. Devora tudo o que vê pela frente, com sua fome de leão.

Mas nas horas de cansaço, vira bicho preguiça, pendurado num abraço.

E se for no colo da mamãe, é diferente. Ela volta a ser menino, menino gente, que adora um carinho, um denguinho que acalente.

É uma figura esse menino bichinho!

domingo, 15 de novembro de 2009

Sim, chef!


A água da banheira, fria e turva, anuncia que é hora de sair do banho. Mas os dois parecem não se preocupar muito com isso.

Vamos sair do banho, crianças!

Olivia e seus mil potes, ensaiando mais um novo prato (tem cada um!), e Leonardo bagunceiro, jogando água pra fora todo o tempo, fingem não me escutar.

Vocês me ouviram? Nós vamos sair agora! Quem vai primeiro?

E então Olivia se manifesta.

Não posso.

Por quê?

Estou preparando um "fermento da tarde principal".

Hummm...!!!??!!!!

Quem sou eu para censurá-la neste momento? Vai que estou diante de uma futura Nigella...

E foi assim que deixei minha chef terminar mais uma de suas mirabolantes receitas!

Quando tem espaço...


O.B., carefree, pilha.
Hotwheels, batom, presilha.
Papel amassado, papel de bala, cartão de visita.
Moeda solta, bonequinha de pano, folha seca.
Creme para mãos, creme para o rosto, carteira.
Pedaço de fita, pedaço de pano, giz de cera.
Anel, bexiga vazia, bloquinho de anotação.
Boletos quitados, pen drive, resto de pão.
Maquiagem de mãe, maquiagem de filha, dinossauro.
Bolinha-perereca, meia, soro fisiológico.
Máquina fotográfica, pulseira quebrada, passaporte.
Varinha mágica, livro infantil, mini-cofre.

Não, não é a bolsa da Mary Poppins.
É a minha mesmo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O pai da noiva


Minha prima se casou no sábado. Prima irmã única, caçula, que esperava com ansiedade por este momento. Eu fui uma das madrinhas no impecável evento e fiquei emocionada ao passar sobre o tapete, até o altar. O Otavio também. Ele se pôs no lugar do pai da noiva, meu tio. E sussurrou em meu ouvido que não se sente preparado pra viver isso com sua filha, e talvez nunca se sentirá. Fiquei bem quietinha, com cara de "calma, tem muito chão ainda". Mas sei que o tempo voa. E me sinto como ele, totalmente despreparada. Deixa pra lá. Um brinde aos noivos, lindos e felizes!!!

Obs.: papel do bem casado, delicioso, devidamente escaneado pra ilustrar o post de hoje!!!

domingo, 8 de novembro de 2009

Uma noiva diferente

Pai, quando for meu casamento quero um bolo alto com flores e folhas de manjericão.

O pai ficou mudo.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Nosso feriado


Acordo mais cedo, em pleno feriado. Preparo o café balanceado e corro tomar um banho de cinco minutos pra refrescar. A manhã já está quente e ensolarada, o dia promete. Preparo a mala da viagem. Vamos todos ao zoológico de Sorocaba. Mais perto, mais vazio, mais limpo (valeu pela dica, Dé!). Separo toalha, protetor, duas trocas de roupa, lanchinhos, lencinhos, fraldas, carrinho, muita água, boné. Sabe como é, a gente tem que ser prevenida. Pelo menos tentar, no meu caso. Acordo a criançada fazendo festa, "hoje vamos ver o leão e o elefante!!!", mas por enquanto a festa é só minha. Eles têm sono. Demora um pouco até conseguirmos sair de casa. Com vocês também é assim ou eu sou atrapalhada demais? Pé na estrada, tudo livre, vamos ao som de Al Jarreau. Eles curtem. Fazia tempo que não ouvia sua versão ao vivo de Take Five. Demais. O ar condicionado não quer dar conta do calorão lá de fora. Mas o verde à nossa volta nos conforta. Que caminho gostoso, apesar das lombadas (pegamos a Raposo Tavares)! Os dois dormem um pouco, e a gente chega em paz. Nessa hora faço mais uma festa, "chegaaaamoooosssss", e eles não dão bola. Se o pique continuar assim, o passeio terá parcos pontos no "ibope". Tudo bem. Pelo menos não teremos desembolsado grandes valores, pois no interior os preços mudam. Nada daqueles estacionamentos assaltantes de São Paulo, que querem tirar tudo de nossa carteira. "Oito reais, não importa o tempo que ficar", diz timidamente o funcionário, com receio de que achemos muito caro. E a entrada do parque/zoo, insignificantes três reais (criança até nove anos não paga)!
Cheio de árvores, com saguis e garças passeando sobre nossas cabeças, o zoológico é realmente especial. Tem de tudo. E muito conforto. De tênis no pé, andamos sem parar. Mas o Leo, sentado no carrinho, só quer saber de chupar o dedo. E a Olivia, em pé na parte de trás, só quer tomar sorvete. Ainda assim, tento levantar os ânimos. A cada bicho que avisto, faço uma nova festa. Empolgada, tento um diálogo selvagem com eles, imitando seus sons. E só o que consigo com isso é notar os olhares espantados dos visitantes, que não sabem se é pra rir ou ter pena de mim. Porque os bichos mesmo nem me ouvem. Estão escondidos do sol, em suas tocas, em suas sombras. E por conta disso não vemos nenhum de perto. Paciência. O calor está realmente demais. Então, depois de muito exercício físico, com o suor escorrendo pelo corpo e as crianças inquietas, eu e papai tomamos a sensata decisão de voltar pra casa. Já no carro, meu telefone toca. Recebemos um convite para passar a tarde dentro de uma "Regan". A criançada se anima. Bem melhor que um passeio no zoológico? Nada lógico. Mas a gente tentou. Por eles. E por nós também. Afinal, fazia mais de uma década que não via um elefante de perto...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

terça-feira, 20 de outubro de 2009

De volta


Voltei de uma semana longe da rotina. Sem o leva e traz da escola, da natação, das tarefinhas. Sem me preocupar com a comida de todo dia, com a despensa pra abastecer, ou com o carro pra lavar. Fui para o paraíso, com piscinas, praia, passeios de barco e de caiaque. Tinham garçons por todos os lados, anotando pedidos, trazendo sucos fresquinhos, caipirinhas deliciosas. E também monitores animados, incrivelmente dispostos a entreter a criançada. A música era sofrível, composta por aquele repertório do lugar comum, axés, pagodes, dance music. Mas o espírito estava tão leve, que até essa música me fez dançar. O celular ficou de lado, quase o tempo todo desligado. O sol deu o ar da graça, deixou tudo mais brilhante, aquela mata atlântica exuberante à nossa volta. Mas acreditem: tudo o que menos fiz foi descansar! Spa? Tinha, mas passei longe dele. Livros? Nem levei os meus. Ficava o dia todo pra lá e pra cá, passando protetor em um, pondo boné em outro, levando pra fazer xixi, segurando pra não se afogar na piscina, tirando areia do olho, apartando brigas por baldinhos e pás, trocando as fraldas molhadas, dando comida, ajudando no escorregador, colando band-aid, sentando junto pra brincar. Meu figurino era engraçado, o dia todo de tênis e mochila, carregando garrafinhas de água e uma pilha de toalhas. Aquela história de viajar e preparar a mala com mil biquinis e saídas combinando nem passou pela cabeça. A beleza estava no conforto. E o conforto dos pequenos, traduzido em largos sorrisos e muita diversão, valeu qualquer cansaço. E por incrível que pareça, recarreguei as baterias. Que bom estar de volta!


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

É pra lá que eu vou


Família Do-Ré-Mi-Fá sairá de férias. Aproveitaremos a semana das crianças para curtir uma praia com montanha. A previsão é de chuva, mas não tem problema! Pensão completa, camareira e parquinho já garantem nosso descanso! Daqui a sete dias, voltem aqui pra ler novos posts! Tenho que correr pra arrumar as malas! Fui!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A adaptação


O sol timidamente vai abrindo seu sorriso matinal sobre o gramado úmido. O canto dos pássaros anuncia mais uma festa que logo vai acontecer. O vento dá seu ar da graça, balançando nossos cabelos, enquanto caminhamos em pacientes passos, contemplando o que vemos ao redor. O pavão, aquele bicho exibidão, que ainda não quer saber de conversa. Os cachorros que estão lá no portão, esperando por algum afago. A ovelha, tosadinha, querendo descascar o tronco da árvore, enquanto as galinhas ciscam, agitadas como sempre. Tem muito mais bicho por aí, mas não dá tempo de visitar todo mundo. É hora de entrar na sala, lá longe a professora já nos viu. Olivia sai correndo, já sabe abrir o portão, logo guarda sua mochila e senta com suas amiguinhas para curtir os primeiros momentos do dia. O Leo, ainda em meu colo, choraminga. Sabe que a partir de agora é aqui que passará todas as manhãs, durante bons anos. E entra na sala com alguma resistência, que logo logo será motivo de risos na família. Eu vou pra varanda, onde uma grande mesa rústica me espera, aguardando um possível momento de acalmar meu filhote, em adaptação. Com os portões fechados, nenhuma mãe ou pai transita mais pelo espaço. Agora é a vez da criançada. E eu me sinto em casa. Tomo um cafezinho, folheio uma revista. De repente passa por mim um trenzinho diferente. Crianças que andam a passos sincronizados, cada um segurando a blusa do amiguinho da frente. Lindos. Uns tagarelam, outros brincam, outros ainda não acordaram. Devem estar indo pra alguma aula fora da sala. Fico encantada, com vontade de espiar um por um. Ouço uma gritaria lá de longe, e vejo outros brincando no parque. São os mais velhos da turma, numa dinâmica engraçada. Entrosados, um brinca de provocar o outro, e todos seguem felizes. Rolam no chão, imitam bichos, correm sem parar. Uma funcionária vem em minha direção, dizendo que está tudo bem com o pequeno. Dessa vez, a segunda vez em que sou mãe, tudo é mais fácil. Não tenho aquela ansiedade de saber se meu filho está sendo bem tratado. Já conheço o lugar, já confio nas pessoas. A adaptação é uma questão de tempo. Engatamos então num papo, com direito a mais um cafezinho, e me esqueço que estou numa escola...até ver minha maior passar por mim com sua turminha. Eles me reconhecem, avisam a Olivia (ela olhava pro outro lado), que sorri com ternura, de longe. Não desejo seguí-la, ela não precisa vir até mim. Está lá, segura, num ambiente acolhedor e tão conhecido, crescendo sozinha. Fico emocionada, plena. Eis que um alvoroço se incia, vejo funcionárias correndo de lá pra cá, com potes nas mãos. É a hora do lanche. Único momento em que o parquinho, com todas as formas e cores, fica quieto e vazio. Mas não por muito tempo. A turminha mais nova aparece por lá, disputando baldinhos e pás no enorme tanque de areia. Finalmente vejo meu pequeno, sem saber pra onde olhar, tateando tudo em sua volta, mas com sede de brincar. Mexe o tempo todo na areia, deslumbrado. Está na sua praia, começando a construir seu castelo. E eu aqui, podendo observar tudo isso, com o coração transbordando de alegria, percebo que a adaptação na escola é uma oportunidade preciosa de ver nossos filhos ensaiarem os primeiros passos da vida. Pena que isso acontece uma única vez!


Obs.: foto da revoada de pássaros, espetáculo observado diariamente no céu, sobre a escola.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A vez de cada um


Da primeira vez a gente desbrava. Da segunda, o caminho já está pronto.
Na primeira vez tudo é um desafio. Na segunda, terreno conhecido.
A primeira vez é mais onerosa, a segunda nem tanto.
Da primeira vez a gente se assusta. Da segunda a gente sossega.
Na primeira vez é de um jeito. Na segunda, pode ser de outro.

A primeira se adaptou incrivelmente bem na escola.
O segundo está dando um trabalho...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mamãe Bombril


Tá na lista de compras pra casa. Uma embalagem de Bombril. Pausa pra reflexão, enquanto seguro o pedaço de papel com a letra quase indecifrável da Benê. Eu sou uma esponja de aço! Mil e uma utilidades...e talvez um pouquinho mais. Já não sei em quantas posso me desdobrar neste incasável dia-a-dia. Mas é bom viver assim, cheia de coisas pra fazer, deixando um pouquinho pra amanhã, curtindo um tantinho do hoje. Bom é ver que a gente vai sempre pra frente. Bom é entrar aqui e ver que já passamos dos mil e um acessos! Obrigada, obrigada, obrigada...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Esclarecendo a ausência

Ai, que saudades daqui...

Tô atrapalhadona...semana de adaptação do Leo na escola, música pra terminar, gravação pra retocar...prometo postar algo interessante em breve!!!!

Beijos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Unindo forças


O verde se foi, e com ele um pouco de nossa alegria também. Diariamente, ao passar pela área que em breve abrigará o Alphaville Granja Vianna (um paradoxo, não acham?), sinto doer meu coração. Na enorme porção de terra exposta, vive a lembrança tão recente de um verde lindo, de Mata Atlântica, com bichinhos de muitas espécies, alguns em extinção. Um verde que em poucos dias foi violentado, exterminado, sem chances de se defender. Um verde vasto, protetor, um verde de todo brasileiro, que jamais poderia ser comprado por ninguém.
Indignada, fui à procura de pessoas afinadas com minhas idéias, que não deixariam este episódio passar em branco, de mãos cruzadas. Encontrei um grupo que, apesar de heterogêneo, tem o foco muito claro em defender o verde que nos cerca. E, assim, depois de algumas reuniões, foi desenhada uma passeata muito pacífica, contra os atuais predadores da última grande área verde que meu bairro possuía. Um protesto contra os incorporadores, contra o governo que permitiu essa violência, contra futuros agressores, que ouviram nosso recado bem dado na manhã de ontem.
Foi indescritível a sensação de ver tantas pessoas na rua, famílias inteiras, unidas por uma causa tão séria, fazendo barulho, mostrando a cara, fazendo o mínimo que todo cidadão deveria fazer: defender o verde. Andamos pela principal avenida da Granja, paramos em frente ao stand de vendas do empreendimento, deitamos no asfalto, vestidos de preto e com máscaras de animais - num ato simbólico em referência à morte de muitos bichinhos -, fizemos um minuto de silêncio, todos se emocionaram. Observados pela araucária que restou de toda a devastação, seguimos noss rumo, leves, felizes, conectados com a natureza. Muito ainda temos por fazer, a luta ainda é grande, sabemos da existência de muitos outros empreendimentos predatórios na região. Mas o ponta pé inicial foi dado. E essa história não vai parar por aqui! Um abraço fraterno em todos os amigos do Movimento em Defesa da Granja Viana.

Obs.: foto de colagem que eu, Leo e Olivia fizemos para a passeata.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Garoto Supersábio

Crianças na sala de aula, ouvindo uma história da professora, enquanto esperam o momento da saída. Uma mãe chega (euzinha aqui), toda empolgada, querendo voltar no tempo de qualquer jeito, vira pros meninos e diz:

"Quem está aqui não é a mãe da Olivia. É uma agente secreta".

Rapidamente o grupinho masculino entra na brincadeira. Uns querem me acompanhar na missão, dizendo coisas do mundo dos agentes secretos. Outros sacam armas fantasiosas, apontam pra mim, achando que sou uma espécie perigosa e inimiga. Pra me sair bem, mando essa:

"Não sou mais agente secreta, gente. Sou a Mulher Maravilha. Olhem a minha capa de super heroína (o moleton amarrado na cintura)!"

"Mas Mulher Maravilha não tem capa!", André sabiamente me alertou.

"Ops, é verdade, André. Mas agora eu nem Mulher Maravilha sou mais. Sou, na verdade, a Garota Supersábia. Olhem meu escudo colorido (meu guarda chuva a tira colo)!"

"Mas a Garota Supersábia não tem escudo, Dani!", prontamente André se manifestou, com uma certa dose de indignação.

É. Nada simples dialogar com garotos supersábios...

Quem vem aqui?

"Mamãe, quero que alguém venha aqui em casa hoje".

"Hoje não dá, filha. Mas amanhã você não sabe quem vem..."

"Quem? Quem?"

"Hummmm...alguém de quem você gosta muito..."

"Fala, mamãe!"

Suspense. Logo depois muita animação:

"Vo...vó...Ro...sa...naaaa!!!!!!"

Silêncio absoluto. Nenhuma reação positiva.

"Ahhh...eu queria que viesse uma criança, pô!"

Ataque de riso. Ela não gostou muito...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quando a intenção é das melhores


Era algum dia perto do final de janeiro. Ano de 2008. Eu tinha acabado de trazer o Leo ao mundo, estava bem doida, sem dormir. Recebi um e-mail da mãe de uma amiguinha da Olivia para ir à festinha de aniversário dela, em plenas férias. Achei interessante. Uma oportunidade de conhecer melhor os pais das crianças (Olivia tinha acabado de entrar na escola), sair de casa, dar um tempo naquele círculo vicioso amamentar-trocar-descansar (sim, é gostoso, sou a favor do aleitamento, mas tem hora que a gente cansa), e, principalmente, viver um momento feliz a sós com a primogênita. Ela não sofria de ciúmes, mas sentia falta da exclusividade, é claro. O irmão era um "Zé do Peito", mamava de duas em duas horas, então, dá pra imaginar o malabarismo que tive que fazer para que a saída fosse um sucesso. Tirei energia não sei de onde para me produzir um pouco (a vaidade fica comprometida no pós-parto), comprei presentinho, troquei a pequena, linda e ansiosa num vestido vermelho.
O plano era o seguinte: dar de mamar e sair correndo. O Otavio ficaria dando umas voltas de carro pro Leo dormir, enquanto a gente curtiria a festa um pouco. A noite estava chuvosa, não desanimamos. Eu, curiosamente, me apeguei ao evento de maneira atípica. Ele representou a primeira olhada pro mundo depois de dez longos dias em casa. Subimos as escadas do buffet. O som rolava alto e animado lá dentro, a criançada corria, os garçons também. A euforia do "chegar" na festa, somada a uma provável falha oftálmica (enxergar de longe requer muita concentração), não me deixavam reconhecer ninguém. Nenhuma criança, nenhum adulto. Minha filha queria sair correndo pra brincar, "espera um pouco, só vou perguntar uma coisa pra moça aqui... o quê? Não é a festa da Isabele?". Não, a festa da Isabele tinha sido dois dias antes. Cansada, quis chorar como uma criança, havia muito hormônio doido de plantão torcendo para que eu desmoronasse. Mas me segurei, não pegaria bem, então expliquei pra Olivia o engano com a data que até hoje não sei como foi acontecer. Só sei que foi de dar dó, de mim, da Olivia, em igual proporção. Nós, de pé, na porta de entrada (chovia, lembra?), esperando o papai chegar pra nos buscar, no limite da frustração com a diversão. Olivia em pé, quietinha e murchinha, com o presente quase arrastando no chão. Para amenizar o desconsolo, deixei que ela abrisse o pacote lá mesmo. Quando o papai nos viu, caiu na gargalhada. Mais tarde, já em casa, a pequena só quis saber de brincar com o novo brinquedo. E até hoje, quando passamos em frente ao buffet, faz questão de me lembrar do episódio.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Alguém notou?


Ontem corri cortar o cabelo, numa necessidade enorme de mudar e marcar minha nova fase "atleta" (quanto esforço pra perder um quilo!!! Mas isso fica para um próximo post). Como um "Sansão às avessas", de tempos em tempos preciso ver o chão do salão ser coberto pelos fios que lentamente se separam de minha cabeça. E então fiz um corte radical. Voltei pra casa satisfeita, naquela euforia pós-salão, apesar de saber que esse visual, sob meus cuidados, jamais ficará sempre assim, lindo, digno de uma celebridade. Cabeleireiros parecem ter varinha mágica, não? Enfim...o dia foi corrido como sempre, acabei capotando na cama de cansaço, antes de meu marido chegar. Isso é comum aqui em casa. Hoje de manhã nos encontramos, atualizamos as novidades no café da manhã. Eu confesso não ter lembrado de mostrar meu novo cabelo, era muito cedo e a mudança estava muito recente. E o Otavio, ainda com cara de sono, não reparou no corte. Conversamos no caminho, "o dia vai ser longo", "olha esse ônibus correndo", "o que faremos no feriado", amenidades. E ele, concentrado ao volante, mal olhava pro lado. Resolvi cronometrar o tempo em que ele ficaria assim, alheio e distraído. Deixei a Olivia, ele ficou no carro, estava chovendo. Toquei a campainha, fiz minha piadinha matinal com a funcionária da escola e ele, ouvindo as notícias no rádio, continuava sem perceber nada. Estacionamos na academia, fui andando à frente, mexendo propositalmente nos fios curtos que restaram, dando oi pra um e pra outro e ele, talvez deslumbrado com o verde à nossa volta, nada via. Hilário. Eu ria por dentro. Incrível essa capacidade, ops, incapacidade em enxergar os detalhes (era um detalhe apenas??), "qualidade" que muitos homens têm! Entramos na sala e ele correu pra esteira. Ao guardar minha bolsa, ouço uma voz dizendo "nossa, Dani, que legal ficou seu cabelo!". Pausa. Era o professor da academia!!! Preciso descrever o resto? O Otavio, lentamente se virando, e só então constatando o "tapa que dei no telhado", visivelmente sem graça. Uma amiga, presente no momento, caindo na gargalhada. O professor, um pouco envergonhado, saindo de fininho. E eu? Em cima da bicicleta, seguindo meu rumo, livre e leve. Simplesmente cortei meu cabelo pra me sentir melhor, sem esperar a aprovação de ninguém. Ainda bem!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Oba!

Começar setembro com 800 acessos é muito bom! Obrigada a todos! Em breve mais um post fresquinho...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ainda falando em música...


Já está nas lojas o CD da Maisa! Pra quem não sabe, a mamãe aqui participou ativamente deste projeto, cantando, compondo e dirigindo. Tem um post lá atrás falando sobre isso. Tá bem lindinho, bem longe das produções massificadas da senhora Meneghel. Agora é torcer pra que venda bastante! Mais uma colheita, depois de muito suor!

domingo, 30 de agosto de 2009

Simplesmente


Ontem fomos prestigiar o Pedro Mariano no show de lançamento do novo CD, Incondicional. Novo para o público, mas não pra quem participou dele...trata-se de um disco gravado há cinco anos atrás, época em que o Pedro era do casting da gravadora EMI. O contrato foi rompido e o disco foi parar na geladeira. Músicas incríveis ficaram guardadas, esperando um dia de sol pra brilharem novamente. Cinco anos depois. Muita água rolou nesse tempo todo, o Pedro virou pai, os músicos evoluiram mais, todo mundo seguiu sua vida. E ontem o que rolou no palco foi muito emocionante. A bagagem dessa história, cheia de surpresas e frustrações, expectativas e superações, ficou presente todo o tempo nas notas e cores do show. Foi mágico. O Otavio, meu marido e produtor do disco, ficou nitidamente aliviado, por ver este trabalho finalmente concluído, entregue pro mundo. E eu fiquei feliz. O Pedro abriu o show com uma música minha e do Otavio, a "Reação", feita num de meus momentos de "revolta contra o sistema", e achei super pertinente para o momento. Segue a letra:
Quando você me atropela
Insensível, louca
É duscussão
Eu me encontro num problema
Insolúvel, sério
Provocação
Pra considerar reação

Se esse povo só espera
Espantado, inútil aceitação
O político pondera
Espantalho, fútil
Transformação
Pra considerar reação

Quando a vida me atropela
Indiferente sigo sem discussão
Mas seu te encontro num problema
É diferente, sempre te dou razão
Pra considerar reação!

Não vou me sujeitar
Coerção, ilusão
Que pretensão a manipulação
Induzir, reagir
Adotar reação!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O fio da conduta


Silêncio no banheiro.
O que você está fazendo, Olivia?
Passando batom!
Ahhhh!
Um tempinho depois.
Ainda passando batom, Lili?
Sim.
Uma checagem in loco. E a surpresa quebra o silêncio.
Lili, você está cortando seu cabelo! O que é isso??!!!
A franja estava no meu olho, incomodando.
Agora não incomoda mais. Está todinha jogada na pia do banheiro, junto com uma pequena tesoura de cortar unhas de bebês. Conduta desaprovada pela mamãe, que descascou aquele sermão sobre falar a verdade sempre. E a franja? Sem conserto, sem problemas, cabelo cresce.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009


Ele vai além.
Além das luas, dos planetas.
Revela labirintos, livre na sua lógica infantil.
É ligeiro, iluminado. Ligado nas linhas, nos lados, nos limites.
Vai longe no olhar, liberto telescópio.
Em todo lugar, um lúdico laboratório.

Esse é o Alê. Amigo da Lili.
É o autor do desenho de hoje, batizado de "Alpes Suíços".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ele e ela


Ele acorda, ela tem que estar lá.
Se ela dorme, ele quer acompanhar.
Ele chora, ela corre pra avisar.
Ela pula, ele quer logo imitar.
Ele dança, quando ela vai cantar.
Ela insiste, se ele não pode escutar.
Ele ri, se ela brinca sem parar.

E meus olhos, todo o tempo a marejar...

Se ela vai, ele fica a procurar
Se ele cai, ela corre pra ajudar
Ela ensina, ele gosta de mostrar
Ele cisma, ela deixa ele pegar
Ela abre, ele anda logo atrás
Ele sabe que ela sempre vai estar lá
Ela tem pra sempre alguém com quem contar

E meus olhos, todo o tempo a marejar...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Influenza


De perto ninguém é normal. Nem eu. Por isso hoje vou confessar pra quem quiser saber que tenho uma neurose das grandes. Uma neurose que muitos já me disseram não ter fundamento, mas como está no plano das neuroses, esse papo de fundamento fica pra trás: tenho pavor de friagem nas crianças. Não somente da friagem no inverno, com suas temperaturas baixas. É algo maior, independentemente da estação do ano. Pode ser uma ventania prenunciando uma tempestade no verão, ou uma simples brisa de outono. Seja o que for, friagem pra mim é sinônimo de criança doente, o que por sua vez também me tira do eixo, mesmo sabendo que ciclos de doenças são importantes para o amadurecimento do organismo deles. Deixa pra lá, não tentem entender, porque eu também não sei explicar. Só sei que para evitar este meu desconforto vale tudo: bagagens enormes, cheias de opções de roupas, para passeios longos ou curtos; gorros na bolsa, no caso do clima mudar bruscamente; checar, de tempos em tempos, se a criança está gelada (rsrsrs); jamais deixá-los com blusas que expõem o peito; sorvete? Só no calor extremo. Tadinha de mim, às vezes concluo. Tadinhas das crianças, todos devem pensar. Mas essas coisas que parecem maiores que a gente, são difíceis de mudar viu! E olha que já tentei modificar esse padrão, o que requer um esforço mental daqueles. Imaginem só a proporção que a neurose tomou com essa pandemia paranóica da gripe A. Preciso dizer que ainda não mandei minha filha mais velha pra escola?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Verdes sonhos


Se Sebastião soubesse o estardalhaço que faz quando aperta aquele botão próximo ao portão, talvez deixe de fazê-lo toda vez que chega para trabalhar. Talvez espere, com humilde paciência, calado em sua timidez, um momento em que alguém, passando por lá, note sua presença. Coisa que pode durar minutos ou horas, não importa. Afinal, se do seu ofício de jardineiro aprendeu a conversar com as plantas, da vida aprendeu a esperar. Como uma gestante, grávida de esperança. 
Passado o portão, lentamente desce os degraus do jardim, olha para os canteiros, sorri pra dentro e estaciona suas ferramentas. Sempre em silêncio. Iniciando por onde iniciar, todo o verde passará por seus cuidados. A grama esmeralda, as orquídeas-bambu, a ameixeira, a laranjeira. Os agapantos, as moréias, o jasmim, a goiabeira. Todas sabem que, em algum momento do dia, toda sexta-feira, aquelas mãos ásperas e calejadas estarão por perto, acariciando, limpando, dando atenção. Elas agradecem, crescem, e retribuem essa dedicação com lindas flores. "Obrigado, meninas", ele sussurra, num volume que só as plantas podem escutar.
Com a chegada do inverno Sebastião passou a falhar. Num dia, falta. No outro, vai mais cedo. "Problema na coluna". É uma vida abaixando e levantando, subindo e descendo escadas, domando roçadeiras. Sem preparo, sem proteção, sem orientação. E eis que, num golpe de azar, o destino implacável bate à porta, exigindo que ele pare antes da hora planejada. Ele bem que luta, mas a dor não deixa. E então outra dor rouba a cena. A da alma, que seca como as folhas do outono. Está impotente, deitado em sua dura cama, e só poderá ver o verde em seus sonhos. Pois da sua janela só se enxerga a aridez da vida. Inevitavelmente, as lágrimas escorrem. As plantas murcham. Sebastião está triste. E eu também.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um compositor e dois destinos

Uma ligou pra outra e perguntou: 
Onde você está?
No Villa Lobos. 
Nossa, tava pensando em ir aí também.
Pois venha, estarei por aqui.
Horas depois, nada de uma encontrar a outra. 
Uma tava num canto, outra no outro.
Uma no shopping, a outra no parque.

domingo, 9 de agosto de 2009

Momento XY

Parabéns às figuras paternas deste Brasil verde e amarelo! Dos mais participativos aos meros figurantes, os papais rendem homenagens aqui no (((berreiro))), e também recebem um recadinho (tem algum pai aí???):
Se vocês acham que já fazem o melhor, atenção, o melhor sempre pode ser melhorado. É lindo demais ver a capacidade de superação do ser humano.
Se o mundo é das mulheres, e aqui ninguém ousa refutar esta sublime verdade, eu, em minha humilde consciência, devo registrar que a objetividade masculina pode nos ajudar, sim (afirmativa que vale para os machos exercendo a função de pais, é claro).
Se vocês se perguntam se o que escrevo aqui, mirando a coletividade, na verdade visa sensibilizar meu marido, cuidado, já não disseram antes que todos os homens são iguais???
Por fim, se vocês sentem vergonha alheia e concluem que eu pirei, bem pode ser verdade...estou no auge da TPM, e só quem passa por essa montanha russa hormonal sabe do que estou falando!

De qualquer maneira, (e era só isso que eu deveria ter escrito hoje) feliz dia dos pais, papais!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pare!


Ficou vermelho. 
Impaciente, acelerei.
Lá de trás ouvi uma voz.
Não da consciência, pois essa havia falhado segundos antes.
Era uma voz aguda, doce, que disse categoricamente:
Mãe, você não pode andar no sinal vermelho.
Fiquei vermelha. 
Envergonhada. 
Parei.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tem jeito melhor de começar agosto?


Ontem estava no meu momento "monitora", sentada no gramado, liderando brincadeiras. Eis que resolvi me passar por um monstro ameaçador, ótima idéia, adesão imediata. Sem tempo de me levantar, fui atacada pelo grupinho de pequenos super heróis, concentradíssimos na missão de derrotar o monstro. Um em cima do outro, todos em cima de mim, com direito a mordidas em minha canela, chutes e tapas pelo corpo, puxões de cabelo e afins. Divertidíssimo. Menos pro Leleco, meu filho menor, café com leite como diriam meus companheiros de geração, que se assustou ao ver a mamãe ser devorada pelos amiguinhos mais velhos, tadinho. Com certa dificuldade venci a guerra, corri pra acalmar o pequeno, e quem visse meu estado imediatamente após o ataque daria muita risada. A roupa toda torta, os cabelos mais que bagunçados, a respiração ofegante. O que a gente não faz pra divertir esses pequenos...


Obs.: hoje Leozinho estréia seus desenhos por aqui. A intenção é intercalar os pequenos artistas, mas, sabem como é, às vezes eles são meio temperamentais, rsrs...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

E por falar em mágica...

...alguém tem mais algum truque na cartola pra dar conta de mais duas semanas sem aula????

Só sendo mágico mesmo...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Abracadabra


A maleta dura e preta, um pouco desgastada pelo tempo, está lá, aberta, e expõe algumas de minhas lembranças infantis. Imediatamente volto no tempo. Os sons das gargalhadas adultas, que tanto me intrigavam, ressoam nostalgicamente em minha cabeça. Parece ter acontecido ontem, naquelas animadas tardes chuvosas, regadas a pipoca e refrigerante, que o papai mágico, truque após truque, hipnotizava a criançada boquiaberta. A bola que voava, a moeda que caía da orelha, o arco-íris de crepon que saía da boca. Magia pura e inocente, que guardei pra sempre. E que, de repente, ressurgiu assim, numa tarde também chuvosa, pra espantar o tédio de nossas férias cinzentas. 
A cada objeto tirado da maleta-cartola, meus filhos param, parecem não acreditar. Os mesmos truques de tantos anos atrás me fazem gargalhar sem fim, de tão simples e banais, e a gargalhada adulta agora vem de mim. E o mágico, um pouco enferrujado de sua atividade extra curricular, deixando escapar um detalhe aqui e outro ali, faz um gesto desengonçado e os truques ficam mais escancarados, cômicos. Não pras crianças, que fique claro. Pra eles o vovô é um mágico, e não um palhaço. E está repetindo a magia de imprimir na gente uma deliciosa lembrança, certamente eterna.
Mas chegará o tempo em que a empáfia adolescente fará a mesma maleta preta (quem conhece o mágico sabe o quanto ele conserva suas coisas) se esconder em um armário qualquer. Ela provavelmente descansará por longos e vários invernos, quietinha, aguardando, quem sabe, uma futura tarde chuvosa pra ser aberta novamente. Alguns anos depois, revelará novos segredos, emocionará alguns corações e, principalmente, encantará novas crianças, as da quarta geração. E se isso realmente acontecer, se não for um truque de meu desejo, garanto, será um momento exepcionalmente mágico!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Recesso no blog

Criançada de férias, rotina alterada, mamãe bem louca querendo férias também. Nos próximos dias não haverá atualizações no (((berreiro))), estamos de malas prontas para uma temporadinha de bagunça na casa de praia da vovó. Tá bom, se der uma brechinha dou um pulinho até aqui. Mas, a princípio, neste período guardarei meus desabafos, que lotarão as postagens do mês de agosto!
Beijos e abraços.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Para Olivia


O dia amanheceu com uma melodia. Simples, conhecida. Tocada num arranjo angelical. Harpa, cordas, oboé, flautas. E um coro de crianças afinadas como os passarinhos lá de fora. Embalada pela trilha sonora, acordei você com um beijo especial. Longo, genuíno, bem no meio de sua testinha. Uma testinha que conheço muito bem, que já tem até cicatriz, que franze, que estica, que contrai e relaxa, e acompanha toda a expressão de seu corpinho, perfeitamente sincronizado com sua incansável fala. Seus olhos abrem, pretos, enormes e vivos, como duas jabuticabas brilhantes que acabam de nascer. E iluminam seu rosto.  
A manhã nos abraça e sorri com um sol bem vindo de inverno, e a melodia permanece para que a gente comemore seus mil quatrocentos e sessenta dias de vida. Dias intensos, em que estivemos sempre grudadinhas, amando, doando, doendo e perdoando. E cantando também. Porque cantar talvez seja uma das coisas que você mais tenha feito todos esses dias, minha filha, sem falta. E como isso me encanta! Desde sempre, nos embalos e soninhos, seu gemidinho ritmado se destacava e me espantava. E nos acalmava. Hoje ele está mais elaborado, desenhado, com alturas e divisões. Tem arranjos, palavras, próprias criações. Tem repertório, história, muitas variações. E continua me espantando, claro, pois no seu canto percebo o quanto você cresceu. E como isso foi rápido! Que bom que aproveitamos, afinadinhas, todos os momentos intensamente até aqui! E, se hoje é dia de celebrar, não vamos perder tempo, vamos cantar!

"Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida"!!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

A nossa estrada


Ocupados nas longas madrugadas dentro de um ônibus, conversando sobre tudo, música em especial, olhos nos olhos, despretensiosamente fomos nos conhecendo. E nos apaixonando. O barulho do motor, as luzes em movimento e o balanço nas curvas, que embalavam o sono da maioria, faziam a gente sonhar acordado. Com as máscaras caídas, trocávamos as experiências da vida e projetávamos nosso futuro, sem jamais imaginar que nele estaríamos juntos, que seríamos um casal. O caminho desenhado pelo tempo foi surpreendendo a gente e quem estivesse ao nosso lado. E tudo estava claro, iluminado, como as manhãs de primavera numa rua em Toscana (que vontade de conhecer esse lugar...me leva?).
Não importariam as oscilações ou os buracos do asfalto. Dissemos sim, pegamos a nossa estrada, e nela permanecemos até hoje. De vez em quando uma tempestade faz a gente parar. Tudo bem. Quando o carro dá sinais de que pode quebrar, a gente encosta pra uma revisão. Não tem jeito. Mas se o dia está inspirador, abrimos o vidro, sentindo o atrito do vento em nossas mãos, e sorrimos. Depois de alguns quilômetros rodados, abrimos as portas pras caronas. No banco de trás, carregamos duas crianças e uma cachorrinha. A viagem ficou bem mais divertida. A gente canta, briga, chora e brinca, com as mãos firmes na direção. E eles adoram seguir assim, sabendo que estão seguros, vendo papai e mamãe na frente, revezado o volante. Se o cansaço bate a gente para pra descansar. Normal. Quando passamos uma saída, que diferença faz? Pegamos o retorno, ou não. Porque perder o rumo também é divertido. Estamos todos juntos, afinal.
Com o tempo, nossas ilustres caroninhas vão descer. Cada um vai pegar seu próprio carro, dirigir na própria estrada. Fazer o quê? A gente vai correr atrás, sem nunca exceder os limites de velocidade, porque isso eles vão aprender muito bem com a gente. Ganharemos um aceno de um, uma buzinada de outro, cada um no seu caminho, e nós na nossa estrada de sempre. Depois de mais alguns bons quilômetros, a turma vai crescer. Nora, genro, netos, bisnetos e quem mais quiser. E quando esse dia chegar, provavelmente voltaremos às origens. Desejaremos viajar num ônibus, todos juntos, numa verdadeira bagunça. E talvez, nesta altura da vida, nossa estrada chegue ao fim. Um fim feliz. Eu e você, juntos. Desde sempre, pra sempre.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Top Blog?

Eu me cadastrei neste concurso por pura curiosidade. Mas vale divulgar! Quem quiser votar, entre aqui.

Valeu, beijos!

500 acessos!

Acabei de cantar parabéns com a criançada, entre os papéis picotados e as canetas espalhadas pelo chão, numa bagunça inevitável quando tenho que escrever com eles por perto...
Agradeço aos amigos que entram e me motivam e, principalmente, às crianças que tanto me inspiram!!!!

Um pelo outro

André, por Olivia.


Olivia, por André.


Não é o máximo?

terça-feira, 30 de junho de 2009

Nova Ortografia


Essa história de nova ortografia tá me deixando pê. Passei minha vida inteira escrevendo "idéia" com acento agudo, e agora não é mais assim. Percebi meu erro de dois posts atrás só agorinha. Prometo que vou correr atrás das novas regras. Não por mim, mas pelos filhotes. Ninguém merece aprender do jeito errado com a própria mãe!!!!!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Fechando junho


Adoro festas juninas. Sábado que passou teve a da escolinha da Olivia, foi muito bacana. Comes e bebes típicos, amo, amo, amo! Fiz uma música pro evento, que também comemourou os 20 anos de existência da escola. Posto aqui pra dividir com vocês. Produção caseira, finalizada no tempo livre entre fraldas e afins.

Abre a roda no gramado
Todo mundo dando as mãos
Ninguém vai ficar parado
Nessa comemoração

Vinte anos de alegria
Criançada sabe bem
Uma festa todo dia
A lembrança vai além

Junto com São João
Vamos estourar rojão
Dança, mexe a trancinha
Tira o chapéu
Olha lá o balão
Quem quiser pode entrar
É tempo de brincar
Balança a bandeirinha
No colorido dessa emoção

Então hoje a gente canta
E desenha um caracol
Ser feliz é ser criança
Na escola da Carol

Idéias

E as idéias surgem a todo momento...amigas mães, que tal me mandar os desenhos da criançada pra gente postar aqui????? Tô esperando!

Da Broadway pra Brigadeiro


Preconceitos à parte, nunca fui muito fã das montagens brasileiras para os musicais estadunidenses. Mas, pelos filhos, vale tudo. E ontem levei a princesa pra ver "A Bela e a Fera", no Teatro Abril. Fiquei de queixo caído! Os atores, que sempre deixavam o canto a desejar, estão mandando muito bem! A orquestra afinadíssima! Orgulho de ver. Quem puder assistir, vale a pena! Mas passem longe das banquinhas com produtos licenciados ao final do espetáculo...uma rosa de plástico, com uma simples etiquetinha da Disney, é vendida a quinze reais!!!

Obs.: o desenho de hoje foi honrosamente feito pelo André, amiguinho da Olivia (teve a mãozinha da mamãe dele, Maricy, que se prontificou a fazer a princesa, já que ele definitivamente não quer saber dessas coisas...)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Luto absoluto


Tô triste. Tão incrédula que, ao ler a manchete da morte do ídolo pela primeira vez, achei que talvez o furo de reportagem fosse, como muitas vezes a ansiosa imprensa se mostra, um erro. Não. As horas se passaram e criou-se um buraco no coração. Um silêncio que só poderia ser quebrado pela magia do som daquele que dividiu as águas na música pop. O que ele foi como ser humano, nem penso. Essa é uma bagunça que não me diz respeito.
Agora, pra esse post ficar mais divertido, relembro um episódio que vivi com a Olivia ano passado, quando ela tinha acabado de fazer três anos...
Na ânsia de mostrar a música incrível de Michael Jackson, surpreendi a pequena numa tarde chuvosa de sábado, com um balde de pipocas na mão, dizendo que assistiríamos a uma coisa sensacional. Escolhi a dedo a faixa do DVD e...pasmem! Num lapso sem-noção, fui direto na Thriller!!! Aqueles monstros que até hoje me assustam começaram a aparecer, a Olivia de boca aberta, eu desacreditando no que tinha acabado de fazer, mudei a faixa, ela começou a chorar, queria ver, eu queria me matar e ao mesmo tempo ver também, a música começou e quem ficou de boca aberta fui eu. Mais uma vez, como sempre. A monstrolândia dançando, eu imitando (quem nunca tentou essa?), rindo e cantando, e a Olivia...hipnotizada. Voltei no tempo, e me vi no lugar dela, quando vi o clip pela primeira vez. Só que dessa vez fui longe demais. Ansiosa demais. Efeito Michael Jackson...
Alguém tem dúvidas por que a Lili acordou assustada naquela noite?