segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ainda falando em música...


Já está nas lojas o CD da Maisa! Pra quem não sabe, a mamãe aqui participou ativamente deste projeto, cantando, compondo e dirigindo. Tem um post lá atrás falando sobre isso. Tá bem lindinho, bem longe das produções massificadas da senhora Meneghel. Agora é torcer pra que venda bastante! Mais uma colheita, depois de muito suor!

domingo, 30 de agosto de 2009

Simplesmente


Ontem fomos prestigiar o Pedro Mariano no show de lançamento do novo CD, Incondicional. Novo para o público, mas não pra quem participou dele...trata-se de um disco gravado há cinco anos atrás, época em que o Pedro era do casting da gravadora EMI. O contrato foi rompido e o disco foi parar na geladeira. Músicas incríveis ficaram guardadas, esperando um dia de sol pra brilharem novamente. Cinco anos depois. Muita água rolou nesse tempo todo, o Pedro virou pai, os músicos evoluiram mais, todo mundo seguiu sua vida. E ontem o que rolou no palco foi muito emocionante. A bagagem dessa história, cheia de surpresas e frustrações, expectativas e superações, ficou presente todo o tempo nas notas e cores do show. Foi mágico. O Otavio, meu marido e produtor do disco, ficou nitidamente aliviado, por ver este trabalho finalmente concluído, entregue pro mundo. E eu fiquei feliz. O Pedro abriu o show com uma música minha e do Otavio, a "Reação", feita num de meus momentos de "revolta contra o sistema", e achei super pertinente para o momento. Segue a letra:
Quando você me atropela
Insensível, louca
É duscussão
Eu me encontro num problema
Insolúvel, sério
Provocação
Pra considerar reação

Se esse povo só espera
Espantado, inútil aceitação
O político pondera
Espantalho, fútil
Transformação
Pra considerar reação

Quando a vida me atropela
Indiferente sigo sem discussão
Mas seu te encontro num problema
É diferente, sempre te dou razão
Pra considerar reação!

Não vou me sujeitar
Coerção, ilusão
Que pretensão a manipulação
Induzir, reagir
Adotar reação!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O fio da conduta


Silêncio no banheiro.
O que você está fazendo, Olivia?
Passando batom!
Ahhhh!
Um tempinho depois.
Ainda passando batom, Lili?
Sim.
Uma checagem in loco. E a surpresa quebra o silêncio.
Lili, você está cortando seu cabelo! O que é isso??!!!
A franja estava no meu olho, incomodando.
Agora não incomoda mais. Está todinha jogada na pia do banheiro, junto com uma pequena tesoura de cortar unhas de bebês. Conduta desaprovada pela mamãe, que descascou aquele sermão sobre falar a verdade sempre. E a franja? Sem conserto, sem problemas, cabelo cresce.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009


Ele vai além.
Além das luas, dos planetas.
Revela labirintos, livre na sua lógica infantil.
É ligeiro, iluminado. Ligado nas linhas, nos lados, nos limites.
Vai longe no olhar, liberto telescópio.
Em todo lugar, um lúdico laboratório.

Esse é o Alê. Amigo da Lili.
É o autor do desenho de hoje, batizado de "Alpes Suíços".

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ele e ela


Ele acorda, ela tem que estar lá.
Se ela dorme, ele quer acompanhar.
Ele chora, ela corre pra avisar.
Ela pula, ele quer logo imitar.
Ele dança, quando ela vai cantar.
Ela insiste, se ele não pode escutar.
Ele ri, se ela brinca sem parar.

E meus olhos, todo o tempo a marejar...

Se ela vai, ele fica a procurar
Se ele cai, ela corre pra ajudar
Ela ensina, ele gosta de mostrar
Ele cisma, ela deixa ele pegar
Ela abre, ele anda logo atrás
Ele sabe que ela sempre vai estar lá
Ela tem pra sempre alguém com quem contar

E meus olhos, todo o tempo a marejar...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Influenza


De perto ninguém é normal. Nem eu. Por isso hoje vou confessar pra quem quiser saber que tenho uma neurose das grandes. Uma neurose que muitos já me disseram não ter fundamento, mas como está no plano das neuroses, esse papo de fundamento fica pra trás: tenho pavor de friagem nas crianças. Não somente da friagem no inverno, com suas temperaturas baixas. É algo maior, independentemente da estação do ano. Pode ser uma ventania prenunciando uma tempestade no verão, ou uma simples brisa de outono. Seja o que for, friagem pra mim é sinônimo de criança doente, o que por sua vez também me tira do eixo, mesmo sabendo que ciclos de doenças são importantes para o amadurecimento do organismo deles. Deixa pra lá, não tentem entender, porque eu também não sei explicar. Só sei que para evitar este meu desconforto vale tudo: bagagens enormes, cheias de opções de roupas, para passeios longos ou curtos; gorros na bolsa, no caso do clima mudar bruscamente; checar, de tempos em tempos, se a criança está gelada (rsrsrs); jamais deixá-los com blusas que expõem o peito; sorvete? Só no calor extremo. Tadinha de mim, às vezes concluo. Tadinhas das crianças, todos devem pensar. Mas essas coisas que parecem maiores que a gente, são difíceis de mudar viu! E olha que já tentei modificar esse padrão, o que requer um esforço mental daqueles. Imaginem só a proporção que a neurose tomou com essa pandemia paranóica da gripe A. Preciso dizer que ainda não mandei minha filha mais velha pra escola?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Verdes sonhos


Se Sebastião soubesse o estardalhaço que faz quando aperta aquele botão próximo ao portão, talvez deixe de fazê-lo toda vez que chega para trabalhar. Talvez espere, com humilde paciência, calado em sua timidez, um momento em que alguém, passando por lá, note sua presença. Coisa que pode durar minutos ou horas, não importa. Afinal, se do seu ofício de jardineiro aprendeu a conversar com as plantas, da vida aprendeu a esperar. Como uma gestante, grávida de esperança. 
Passado o portão, lentamente desce os degraus do jardim, olha para os canteiros, sorri pra dentro e estaciona suas ferramentas. Sempre em silêncio. Iniciando por onde iniciar, todo o verde passará por seus cuidados. A grama esmeralda, as orquídeas-bambu, a ameixeira, a laranjeira. Os agapantos, as moréias, o jasmim, a goiabeira. Todas sabem que, em algum momento do dia, toda sexta-feira, aquelas mãos ásperas e calejadas estarão por perto, acariciando, limpando, dando atenção. Elas agradecem, crescem, e retribuem essa dedicação com lindas flores. "Obrigado, meninas", ele sussurra, num volume que só as plantas podem escutar.
Com a chegada do inverno Sebastião passou a falhar. Num dia, falta. No outro, vai mais cedo. "Problema na coluna". É uma vida abaixando e levantando, subindo e descendo escadas, domando roçadeiras. Sem preparo, sem proteção, sem orientação. E eis que, num golpe de azar, o destino implacável bate à porta, exigindo que ele pare antes da hora planejada. Ele bem que luta, mas a dor não deixa. E então outra dor rouba a cena. A da alma, que seca como as folhas do outono. Está impotente, deitado em sua dura cama, e só poderá ver o verde em seus sonhos. Pois da sua janela só se enxerga a aridez da vida. Inevitavelmente, as lágrimas escorrem. As plantas murcham. Sebastião está triste. E eu também.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um compositor e dois destinos

Uma ligou pra outra e perguntou: 
Onde você está?
No Villa Lobos. 
Nossa, tava pensando em ir aí também.
Pois venha, estarei por aqui.
Horas depois, nada de uma encontrar a outra. 
Uma tava num canto, outra no outro.
Uma no shopping, a outra no parque.

domingo, 9 de agosto de 2009

Momento XY

Parabéns às figuras paternas deste Brasil verde e amarelo! Dos mais participativos aos meros figurantes, os papais rendem homenagens aqui no (((berreiro))), e também recebem um recadinho (tem algum pai aí???):
Se vocês acham que já fazem o melhor, atenção, o melhor sempre pode ser melhorado. É lindo demais ver a capacidade de superação do ser humano.
Se o mundo é das mulheres, e aqui ninguém ousa refutar esta sublime verdade, eu, em minha humilde consciência, devo registrar que a objetividade masculina pode nos ajudar, sim (afirmativa que vale para os machos exercendo a função de pais, é claro).
Se vocês se perguntam se o que escrevo aqui, mirando a coletividade, na verdade visa sensibilizar meu marido, cuidado, já não disseram antes que todos os homens são iguais???
Por fim, se vocês sentem vergonha alheia e concluem que eu pirei, bem pode ser verdade...estou no auge da TPM, e só quem passa por essa montanha russa hormonal sabe do que estou falando!

De qualquer maneira, (e era só isso que eu deveria ter escrito hoje) feliz dia dos pais, papais!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pare!


Ficou vermelho. 
Impaciente, acelerei.
Lá de trás ouvi uma voz.
Não da consciência, pois essa havia falhado segundos antes.
Era uma voz aguda, doce, que disse categoricamente:
Mãe, você não pode andar no sinal vermelho.
Fiquei vermelha. 
Envergonhada. 
Parei.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tem jeito melhor de começar agosto?


Ontem estava no meu momento "monitora", sentada no gramado, liderando brincadeiras. Eis que resolvi me passar por um monstro ameaçador, ótima idéia, adesão imediata. Sem tempo de me levantar, fui atacada pelo grupinho de pequenos super heróis, concentradíssimos na missão de derrotar o monstro. Um em cima do outro, todos em cima de mim, com direito a mordidas em minha canela, chutes e tapas pelo corpo, puxões de cabelo e afins. Divertidíssimo. Menos pro Leleco, meu filho menor, café com leite como diriam meus companheiros de geração, que se assustou ao ver a mamãe ser devorada pelos amiguinhos mais velhos, tadinho. Com certa dificuldade venci a guerra, corri pra acalmar o pequeno, e quem visse meu estado imediatamente após o ataque daria muita risada. A roupa toda torta, os cabelos mais que bagunçados, a respiração ofegante. O que a gente não faz pra divertir esses pequenos...


Obs.: hoje Leozinho estréia seus desenhos por aqui. A intenção é intercalar os pequenos artistas, mas, sabem como é, às vezes eles são meio temperamentais, rsrs...