quarta-feira, 15 de julho de 2009

Para Olivia


O dia amanheceu com uma melodia. Simples, conhecida. Tocada num arranjo angelical. Harpa, cordas, oboé, flautas. E um coro de crianças afinadas como os passarinhos lá de fora. Embalada pela trilha sonora, acordei você com um beijo especial. Longo, genuíno, bem no meio de sua testinha. Uma testinha que conheço muito bem, que já tem até cicatriz, que franze, que estica, que contrai e relaxa, e acompanha toda a expressão de seu corpinho, perfeitamente sincronizado com sua incansável fala. Seus olhos abrem, pretos, enormes e vivos, como duas jabuticabas brilhantes que acabam de nascer. E iluminam seu rosto.  
A manhã nos abraça e sorri com um sol bem vindo de inverno, e a melodia permanece para que a gente comemore seus mil quatrocentos e sessenta dias de vida. Dias intensos, em que estivemos sempre grudadinhas, amando, doando, doendo e perdoando. E cantando também. Porque cantar talvez seja uma das coisas que você mais tenha feito todos esses dias, minha filha, sem falta. E como isso me encanta! Desde sempre, nos embalos e soninhos, seu gemidinho ritmado se destacava e me espantava. E nos acalmava. Hoje ele está mais elaborado, desenhado, com alturas e divisões. Tem arranjos, palavras, próprias criações. Tem repertório, história, muitas variações. E continua me espantando, claro, pois no seu canto percebo o quanto você cresceu. E como isso foi rápido! Que bom que aproveitamos, afinadinhas, todos os momentos intensamente até aqui! E, se hoje é dia de celebrar, não vamos perder tempo, vamos cantar!

"Parabéns pra você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida"!!!

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