quinta-feira, 26 de abril de 2012

A arte popular do Pereira

Ele distribui sorrisos. Não tem medo do trabalho. Ajuda a carregar as compras, leva cachorro pra passear e segura a porta do elevador. Atende ao interfone, inspeciona os andares do prédio, resignado na sua função de zelador. Nos momentos de descanso, num cantinho do próprio condomínio em que trabalha e mora, o baiano Pereira esculpe seus sonhos de argila. Volta a ser menino, viaja no tempo, criando suas esculturas para depois admirá-las. Ano após ano, elas vão recheando as estantes do quarto, com poucas chances de serem apreciadas por um público. 
Conheci o Pereira muito antes de conhecer suas esculturas. Ele trabalha no edifício da Vovó Regina, a querida vovó contadora de histórias dos meus pequenos. Pereira testemunhou minha entrada na nova família, meu casamento, o nascimento de meus filhos. Sempre nos iluminando com sua simpatia e gentileza. Num belo dia, quando manobrava o carro na garagem, eu consegui enxergar bem atrás daquele aceno à porta - a porta de seu quarto -, as preciosidades artísticas que ele colecionava. Ele não sabia, mas desde então fiquei com um desejo de mostrar o que ele fazia pra quem quisesse conhecer. E, abraçando uma oportunidade - num contexto em que a minha pequena está apreciando na escola a Arte Popular, resolvi fazer um vídeo, bem caseiro (perdoem-me os amigos da área, hein!), mas de todo o coração. Uma homenagem a todos os Pereiras deste Brasil!

http://www.youtube.com/watch?v=rtO3K5i6sms&feature=g-upl

Obs.: trilla sonora "Bola de Meia, bola de gude, com a Banda de Boca.

terça-feira, 24 de abril de 2012

No Masp

Eu não tenho vergonha mesmo. Vou postar aqui as fotos da minha primeira saída fotográfica com o pessoal do curso de fotografia. Foi lá no Masp, numa manhã deliciosa e muito produtiva. Respirei a cidade, ouvi seus ruídos, não liguei pro relógio. Bom demais. Pus em prática pela primeira vez os conceitos tão bem abordados pelo professor Daniel Salum, lá no MAM, pra onde vou semanalmente com o desejo de um dia dominar a minha câmera fotográfica. Um dia chego lá. 












domingo, 22 de abril de 2012

O amor maduro



Eu começo falando da foto, feita pela Erika Verginelli, uma profissional inspiradora que se especializou em fotografia de família. Tem um olhar super sensível, retrata sempre o amor, fazendo-o extrapolar os limites do enquadramento. 
Esse beijinho tem grande motivo. Maridão virou um quarentão. É delicioso ver o tempo passando e a gente firme na luta diária, com suas oscilações, seus desafios, seus momentos incríveis, seus resíduos positivos. Vale todo o esforço pra tentar manter de pé o castelinho, que não é nada cor de rosa! Né, Otavio? Parabéns, amo você.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Paciência no (((berreiro)))


Quando penso em música meus textos se calam.
Tenho passado as tardes finalizando as vozes de meu disco, num impulso produtivo que tem me assustado. Não que esteja sendo rápido este processo. Pelo contrário. Conto com uma estrutura meio precária, sem tratamento acústico, aqui em casa mesmo. Só pra fazer valer o ditado "em casa de ferreiro o espeto é de pau". Pois é, maridão abriu mais um estúdio, sala grande, equipamento bacana, e eu aqui no meu Ranchinho tendo que esperar o passarinho parar de cantar pra gravar! Ou seja, meus planos possuem o andamento de uma balada arrastada, sem fim. Mas como não tem a menor graça quando a coisa vem mastigada, sigo contente assim.
Além disso, tirando uns trabalhinhos que pipocam por aí (depois falo deles), finalmente iniciei meu curso de fotografia. Apaixonante. A ideia é que eu vá criando "repertório" e, mais pra frente, consiga produzir vídeos pras minhas músicas. Quanto a isso, vou dando notícias. Por enquanto as fotos que tenho feito são bem piores das tiradas antes, no automático...
Então, nos intervalos da vida, nas brechas do tempo, eu sigo firme e forte na promessa feita há tanto tempo...a promessa de parir meu filhotinho musical, que tem exigido de mim muuuita paciência. Mas não é a paciência a principal virtude exercitada na maternidade?