quarta-feira, 27 de abril de 2011

Lanternas e histórias...


Quarto das crianças sem luz. Algumas semanas assim, por preguiça de subir numa escada e rosquear uma nova lâmpada, fiquei acostumada com a nova configuração. Dias no escuro, sem que nossa rotina fosse alterada, sem que tivéssemos qualquer dificuldade em transitar entre as pequeninas camas ao anoitecer. Na necessidade de escolher alguma peça do guarda roupa, uma lanterna resolvia o problema. Nos momentos de "medinho" da escuridão, uma grande oportunidade surgia para descobrir maneiras de vencê-lo. Nas dificuldades, percebia uma nova chance de encontrar diferentes caminhos para se interagir com o espaço, mesmo que todo o resto da casa estivesse iluminado. E, na hora de contar a história antes de dormir, um ritual nasceu...

Os dois deitadinhos se preparam para o momento. Pupilas dilatadas, olhinhos brilhando, silêncio absoluto. Com o livro numa mão e uma lanterna na outra, começo a desvendar o enredo da noite. E enquanto leio as páginas, vou iluminando somente o que interessa, seja um detalhe da ilustração, os personagens num momento de diálogo, ou até mesmo o meu rosto expressando alguma emoção. Aproximo e afasto o feixe de luz, faço movimentos com a lanterna, deixo a escuridão reinar ao virar uma página. É mágico. As crianças adoram ouvir, não se distraem, e vão relaxando pra hora do "boa noite".

Mesmo depois de instalada a nova lâmpada, não conseguimos abandonar este ritual. É só escolher o livro da noite, que eu logo vejo uma mãozinha apertar o interruptor. Talvez não seja grande novidade pra muita gente, mas eu considero uma das grandes surpresas vividas neste ano. E, se é bom, por que não contar? Apague as luzes pra começar!

2 comentários:

Cássio Cooke disse...

Dani, minhas férias de infância sempre foram mágicas. Acordar perto do mar às 5h30 e bater na porta...vô?...acordei. Vinha ele, me pegava no colo, tomava um café e voltávamos para o seu quarto. Ele deitado e eu sobre seus braços...horas e horas de histórias até que a casa fosse despertando. Passava o dia esperando o amanhecer seguinte. Com o tempo fui descobrindo que aquilo eram histórias, mas dentro de mim ainda é tudo absolutamnte mais do que real...até hoje. Parabéns por ser a mãe que é! Bj

Sarah Abreu disse...

Linda! Quando eu for mãe, quero ser como você!