terça-feira, 11 de novembro de 2008

Cara de mãe

A expressão "você está com uma cara de mãe!" nunca me soou bem, mas eu não precisava o por quê. Descobri semana passada, quando uma senhora me parou, brincou com o Leozinho e soltou a frase. Eu estava exausta, vestida de qualquer jeito, minha noite tinha sido péssima, o Leo pesando em meus braços, a mala dele pesando em meu ombro e meus cabelos completamente fora do lugar (meu filhote chupa o dedo segurando cabelos alheios...as pequenas manias já se manifestam cedo). Minha cara de paisagem com um grande sorriso amarelo foi categórica ao mostrar que o "elogio" estava longe de me fazer bem. Coitada, ela não deve ter entendido nada...
Eu vou além. Quando a gente vê uma mulher linda, cheirosa, gostosa e bem vestida empurrando um carrinho de bebê, primeiro perguntamos se o filho é dela (a primeira coisa que vem à cabeça é que talvez seja um sobrinho)...se a resposta for positiva, já emendamos "nossa, nem parece que você tem filho!". É verdade ou não? Até eu já disse isso. Ou, numa outra situação, quando sabemos que a Fulana acabou de ter bebê e está com a vaidade totalmente recuperada, no mínimo pensamos "nem parece que acabou de ter filho".
Mas...onde eu quero chegar com tudo isso? O que importa estar ou não com cara de mãe? É a cara que diz se você é boa mãe? Você tem cara de mãe e é feliz? Afinal, o que realmente significa essa cara de mãe?
Neste meu momento confuso, o que me conforta é concluir que a cara de mãe pode ser aquilo que não conseguimos definir e que está além do visual, da estética. É a felicidade plena, o brilho nos olhos, mesmo com todo o desgaste físico. Agora o comentário daquela senhora faz sentido!

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